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Há 63 anos, o Brasil se preparava para receber uma Copa do Mundo em casa. A responsabilidade era grande, e a expectativa dos brasileiros maior ainda. Isso porque o favorito do mundo – aquele país referência para todos no planeta quando o assunto era futebol – não era o Brasil, mas o Uruguai, país que primeiro organizou o torneio. A Copa estava apenas em sua quarta edição, e o Brasil carregava nas costas o peso de promover o campeonato depois de 12 anos, durante os quais ele não foi realizado por causa da Segunda Guerra Mundial.
A Copa do Mundo da metade do século 20 era, no entanto, muito diferente da que conhecemos hoje. Apenas 13 países participaram do evento, sendo que diversos desistiram de enviar suas delegações, a exemplo de Escócia, França, Turquia e Índia. A segurança nos estádios também era muito mais precária, por isso estima-se que cerca de 220 mil pessoas assistiram à final entre Brasil e Uruguai (embora apenas 173.850 tenham sido registrados como pagantes, pois o restante das pessoas entrou após o arrombamento dos portões do Maracanã).
No campo dos uniformes, ainda, a edição no Brasil foi a primeira em que os times usaram números nas camisas dos jogadores. Foi a última vez também que a seleção brasileira foi representada pelo uniforme branco com detalhes azuis. Na Copa do Mundo seguinte, na Suíça, o time estreou a famosa camisa amarela e verde com o calção azul e branco, roupa que lhe renderia mais tarde o apelido de seleção canarinho.
Mas se o torneio evoluiu muito nessas seis décadas, o Brasil amadureceu ainda mais, a ponto de parecer um país diferente aos olhos estrangeiros. A população cresceu de 51,9 milhões para estimados 195 milhões em 2014, sendo que hoje mais de 85% dessas pessoas habitam em cidades (mais da metade dos brasileiros ainda morava em áreas rurais). O crescimento demográfico acompanhou a melhoria da qualidade de vida e da saúde do brasileiro. Na última vez que recebemos a Copa do Mundo, a expectativa de vida girava em torno dos

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