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Ao proibir o incesto, os bandos eram obrigados a abrir mão de suas fêmeas, pois muitas eram irmãs ou filhas com quem já não era mais permitida e tolerada a relação sexual. Assim, eram obrigados a
“trocar mulheres” com outros bandos. Sim, segundo a Antropologia, as mulheres foram as primeiras
“coisas” trocadas pela humanidade, muito antes de qualquer mercadoria. Questão de sobrevivência, pois sem sua presença não haveria descendentes.
As mulheres passaram, então, por uma grande mudança histórica em seu papel para o grupo humano, pois serem trocadas implicava que os homens criariam laços de parentesco com o outro bando. Elas passam a ser o que há de maior valor para a sociedade.5
“Se a minha irmã está casada com o guerreiro do bando vizinho, seus filhos serão meus sobrinhos, e teremos uma convivência pacífica e solidária garantida por muito tempo; eu não os atacarei, eles não me atacarão”. Assim, espalhando parentes por aí, as mulheres garantiram trocas que não se limitavam a elas.
Trocando mulheres e formando grupos de parentesco, os bandos foram se transformando em sociedade, organizando melhor a produção e a distribuição de alimentos e recursos.
É a regra da reciprocidade, característica de nosso comportamento, que orienta nossa conduta para recompensar quem nos dá ou presenteia com alguma coisa. Portanto, a ideia de troca traz consigo a ideia de reciprocidade, ou seja, devolver, de alguma forma, o que foi recebido.
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A proibição do incesto como fenômeno humano tem muita importância, pois representa que nossa espécie abandonou o impulso sexual instintivo. Vamos lembrar que os instintos básicos de sobrevivência de qualquer espécie são: alimentação, abrigo e reprodução. O fato