TEXTO E TEXTUALIDADE
Profa. Ms. Renata Amaral de Matos Rochai (UFMG)
Resumo:
Este artigo apresenta resultados preliminares de um estudo sobre os fatores de textualidade ligados à configuração linguística de textos escritos produzidos por alunos do 3º ciclo de Formação Humana, que corresponde aos anos escolares finais do Ensino Fundamental, do Centro Pedagógico, da
Universidade Federal de Minas Gerais. Os alunos produziram os textos em sala de aula, individualmente, como atividade cotidiana de redação, a partir de uma proposta de produção de texto impressa entregue a cada estudante. No momento da análise, focalizamos os mecanismos linguístico-textuais relacionados à construção da coesão e coerência do texto, observáveis na tessitura de textos narrativos. Para realizarmos a análise, procuramos sintetizar noções relevantes da área da Linguística Textual. É importante ressaltar que a avaliação das redações não é prescritiva e que não pretendemos criar uma lista de macetes ou manual para se produzir e avaliar redações escolares. Realizamos uma avaliação qualitativa dos textos do corpus, focada na funcionalidade dos mesmos. Palavras-chave: linguagem, texto, textualidade, coesão, coerência.
1 Introdução
Desenvolver habilidades de leitura e escrita não é tarefa fácil. Essa relação leitura/escrita, segundo Orlandi (1988:90), não é mecânica nem automática: um bom leitor não é necessariamente alguém que escreve bem, e quem escreve bem não é categoricamente um bom leitor. No entanto, para que se produza um texto escrito, é necessário ter, entre tantos outros requisitos, o que dizer; é necessário possuir um certo grau de informatividade que possa assegurar ao texto uma composição coerente, não circular, cuja progressão garanta a textualidade e/ou a inteligibilidade do texto.
No PCN (1998), em consonância com o que afirma Orlandi (1988), o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa, como prática pedagógica, são resultantes da articulação de três