Texto zero
Cláudio de Moura Castro
Esse ensaio apresenta uma breve biografia do PET, assinada pela pessoa que o criou, quando diretor da CAPES, entre
1979 e 1982. Obviamente, a análise padece dos viezes trazidos pelas vaidades do autor. Mas, desde logo, cumpre mostrar os limites dessas vaidades, esclarecendo que o PET copiou uma invenção do
Professor Ivon Leite de Magalhães Pinto da Faculdade de Ciências
Econômicas da UFMG. E como essa idéia vem da década de cinqüenta, trata-se de um programa que se aproxima do meio século.
Elite é nome feio?
Quando era estudante, havia em Belo Horizonte uma gafieira chamada Elite. Veja-se que a palavra tinha uma conotação positiva , pois até os seus modestíssimos freqüentadores viam no nome uma associação positiva. Ser elite era algo cobiçado.
Mais adiante, nos anos 80, elite virou um palavrão, coisa reacionária, na contramão do tolo populismo da época. Gostaria de continuar usando a palavra, por falta de outra igualmente boa. Mas sinto-me vitimado pelos miasmas que a contaminaram. Deixemos pois as batalhas semânticas para outros e abandonemos o tema.
Não obstante, em qualquer sociedade, alguns estão em posições mais próximas do topo. Como quer que o chamemos, são os que mandam, os que criam moda, os que mudam os rumos da ciência, da sociedade, da política e da economia.
Nas tribos, os caciques são escolhidos pela sua competência com a borduna. Os pajés, por seu conhecimento de farmacologia e
2 psicoterapia. Na Somália, só aos chefes quem têm mais Kalashnikovs e gosto em usá-los.
Em sociedades modernas, os critérios mudaram. Agora conta a capacidade intelectual, a liderança pelo poder das idéias e a capacidade de implementação. Portanto, quanto mais moderna a sociedade, mais a qualidade de suas lideranças depende da qualidade de suas escolas.
Para os mais bem dotados - e não apenas para os mais ricos devem ser reservadas as melhores escolas, os melhores professores
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