Texto vi
_} ■C IO
Capítulo 11
R u m o a u m a é t ic a AMBIENTAL: NOVAS RECIPROCIDAPES
í■ :
Rumo a uma ética ambiental: novas reciprocidades
Ao integrar outros valores e saberes, a EA abrese para nova forma de relação com o ambiente de modo geral e com a natureza em particular, superando a perspectiva utilitarista, de que já tratamos anteriormente. Desse modo, poderia ser vista como um processo de formação que enfatiza a dimensão ambiental. Ao evidenciara relação com os seres não humanos como parte de nossa humanidade, amplia a noção de humanização. Assim, pode construt ideais de convivência amistosa, respeitosa e prudente com o ambiente natural e social. Sobre a discussão a respeito do não-humano na educação, lembramos uma citação do profes sor Lorieri, no volume Filosofia, desta coleção. Após definir a educação, em sentido amplo, como as modificações que ocorrem em qualquer pes soa, com base nas relações estabelecidas com outras pessoas, o autor acrescenta: "Os seres hu manos relacionam-se, também, com outros seres da realidade, que não seres humanos: essas re lações, por sua vez, são modificadoras dos seres humanos e, portanto, em certo sentido, educado ras" (2002, p. 27). Ao tomar, por exemplo, o m undo natural co mo um bem em si, independente de sua utilidade para os humanos, a EA está, de certo
modo, trazendo a relação com os seres não h u manos para a cena educativa, tornando essa re lação "educadora", como afirma Lorieri: Isso tem como desdobram ento a possibilidade de for mação de um sujeito ético capaz de reconhecer sem deixar de ser humano, mas em uma atitude de descentramento - que há uma vida não humana pulsando no ambiente e que^ela tem direito a exis tir e a durar para além das necessidades imediatas do consumo humano. Semelhante crença sustenta uma atitude de respeito e prudência com relação à tomada de decisões sobre o destino e o uso dos bens natu rais. É isso que está em jogo, por exemplo, quan do se discute a