Texto Sociologia
Texto: Televisão e Violência
Nos dias de hoje, a formação da mentalidade e da opinião públicas é largamente dependente dos veículos de comunicação de massa, que selecionam o que devo ver, ouvir e ler. Eles não apenas informam mas, na grande maioria das vezes, interpretam o que transmitem, de maneira a bloquearem em mim a possibilidade de exercer meu próprio senso crítico para interpretar o fato divulgado. A televisão, o rádio, o cinema, o jornal são elementos do cotidiano. Sua presença constante, a intimidade que sugerem, leva-nos a consumir suas verdades como se fossem nossas, despoja-nos do poder de crítica e habitua-nos à passividade. Dentre esses meios de comunicação, ganha especial realce a televisão, que cria intimidades falando; a fascinação que exerce sobre a população, seu domínio sobre nossas vontades, parecem estar no fato mágico de diluir realidades e fantasias, amalgamando-as num consumismo puramente passivo de imagens e idéias.
A televisão nossa de cada dia está cheia de violências políticas que, interiorizam passivamente – também uma violência – como se o que nos mostra nenhuma relação tem conosco. Criando ilusões de novos estilos de vida, repletos de carros modernos, de barcos singrando mares verdes, com mulheres belas dourando seus corpos em sóis permanentemente primaveris, com a única condição que fumemos o cigarro X ou Y, ela não somente nos vende um produto de consumo – incidentalmente que pode levar-nos à morte -, ela impõe valores de vida, transforma as fantasias douradas em razões de vida e nos diz que o fumo – como qualquer outro tipo de droga – pode dar o que a realidade nega. No fundo, no fundo, ela tenta nos imbecilizar, fazendo crer que o põe à nossa frente é a verdade. Assim sendo, prepara o caminho para dizer outras verdades – não aquelas que se referem ao consumo de outros produtos, mas aquelas que dizem mais de perto à nossa condição de cidadão.