Texto expositivo-argumentativo sobre a mulher na poesia de Cesário Verde
Cesário Verde
Tema A: "A cidade surge associada à mulher fatal e à morte, enquanto o campo se une à imagem da mulher angélica e à vida."
Partindo do tema escolhido podemos afirmar a presença de dois tipos opostos de representação da mulher na poesia de Cesário Verde, a mulher fatal, associada à cidade e consequentemente à morte, e por outro lado a mulher angélica, associada ao campo e à ideia de vida.
A mulher fatal, que surge associada à cidade e é utilizada para retratar os valores decadentes e a violência social, ou seja, é uma sinédoque da classe social opressora. Esta mulher surge na poesia de Cesário cotada de um valor erótico que desperta o desejo, por ser uma mulher bela, soberba, altiva e imponente, ao mesmo tempo que arrasta para a morte, conduzindo à humilhação sentimental e social do sujeito poético. Encontramos a presença deste tipo de mulher em poemas como "Deslumbramentos", onde o sujeito poético escreve versos como: "Ah! Como me estonteia e me fascina... (...) E tão alta e serena como a Morte!...".
Caracterizada de forma totalmente oposta surge a mulher angélica, que desperta no sujeito poético o desejo de a proteger e estimar. É frágil, terna, ingénua, despretensiosa, pura, natural, saudável e encarna qualidades relativas ao campo, sendo capaz de proporcionar um amor puro, o sujeito poético adequa este tipo de mulher à vida campestre. Esta suscita um efeito regenerador que estimula a imaginação ao poeta e provoca também sentimentos de pena. Esta mulher é representada em poemas como "Frágil" no qual o sujeito poético escreve "Quero estimar-te sempre, recatada/ Numa existência honesta, de cristal. ".
Depois da análise de poemas de Cesário Verde e de estudar a representação destes dois tipos opostos de mulher podemos concluir que, de facto, a mulher fatal adquire uma conotação erótica, de atração carnal que arrasta o sujeito poético para a morte através da humilhação e que demonstra a crítica social feita à