Texto de Reinaldo Pontes
DO SERVIÇO SOCIAL
Reinaldo Nobre Pontes1(Brasil)
A razão do presente escrito localiza-se num desafio que tenho recebido, desde a publicação do meu livro “Mediação e Serviço Social - um estudo preliminar sobre a categoria e sua apropriação pelo Serviço Social” (1995), que se traduz na seguinte questão: que importância tem a mediação para a prática do assistente social? Apesar de pensar que o texto acima citado indica alguns caminhos para o entendimento da questão, especialmente no seu terceiro capítulo: “Reflexões sobre a contribuição teórica da mediação para a intervenção do Serviço Social”, julgo que ainda há muito que se explorar nesta temática, principalmente na questão da intervenção profissional, razão pela qual aceitei este desafio, como forma de contribuição ao debate.
Para esta abordagem, obedecerei o seguinte caminho: inicialmente resgatarei, de modo sumário, a trajetória do debate sobre a categoria de mediação no Serviço Social brasileiro, buscando retratar seus pontos nodais; em seguida trabalharei, quase que numa revisão, os principais pontos de alavancamento heurístico para a compreensão teórico-filosófica da categoria de mediação no método dialético marxiano e seu processo cognitivo-interventivo na esfera do
Serviço Social; na seqüência discutirei as principais mediações que estruturam o processo de reconstrução do objeto de intervenção profissional.
1. A categoria de mediação: a trajetória do debate
A introdução da influência marxista no Serviço Social remonta ao movimento de reconceituação do Serviço Social, já bastante tematizado no meio profissional, que presenciou a inauguração da pluralização ideo-política do debate no seio da
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profissão. A ventilação do debate profissional com novas perspectivas teóricoanalíticas, significou a inauguração de uma nova época para a história profissional, especialmente, pela presença da perspectiva