Texto De que feito um terapeuta infantil Joana Vermes
Do que é feito um terapeuta infantil?
Joana Singer Vermes análise do comportamento e terapia infantil
É muito comum, entre terapeutas que se enveredam pelos primeiros atendimentos com crianças, que seja feita a pergunta: quem atende bem um adulto, atenderá bem uma criança?
Em um belo levantamento sobre a história da terapia comportamental infantil, Conte &
Regra (2000) trouxeram alguns elementos que podem nos ajudar a responder essa questão. O histórico apresentado pelas autoras é extenso e vale a leitura para aprofundamento do tema.
Neste texto, apresentamos apenas alguns dos importantes aspectos da obra.
Na década de 60 surgiram alguns escritos que apresentam iniciativas em se produzir mudanças comportamentais em crianças, reconhecendo- se os primeiros modelos de pscioterapia infantil. Neste momento a preocupação é centrada, especialmente, na extrapolação de achados experimentais com sujeitos infra-humanos para a modificação de respostas específicas em crianças. Pouco se aplicava, da forma como a concebemos hoje na clínica, uma análise funcional.
Outro elemento significativo da época diz respeito à modalidade de atendimento: raramente o terapeuta intervinha diretamente sobre o comportamento da criança – seu trabalho era predominantemente com os pais, que deveriam aplicar as técnicas ensinadas pelo profissional.
Hoje em dia, adota-se, via de regra, um modelo no qual o terapeuta realiza sessões com a criança e com pais e/ou cuidadores.
Conte & Regra (2000) apontaram outra significativa mudança: a inclusão de aspectos da relação terapêutica como fundamentais para a condução das sessões de forma eficaz e, também, como material para entendimento e intervenção sobre os comportamentos-problema
(Kohlenbeg & Tsai, 1987, foram um dos primeiros autores a apresentar este modelo na abordagem analítico-comportamental).
Um terceiro importante aspecto identificado por Conte & Regra diz respeito à inclusão dos eventos privados como