Texto de apreciação crítica
A nova versão de Carrie – A estranha (2013) tem vindo a procriar algum tipo de incompreensão por parte dos fãs de Carrie, de 1976. De facto, o filme de terror dirigido por Kimberly Peirce tenta esconder a imagem de uma menina com uma postura contida e tímida. O recente filme, mostra uma rapariga inocente e bonita que sofre de Bullying. É ridicularizada por menstruar pela primeira vez na piscina da escola, e a partir daí, é gozada por grande parte dos colegas da sua escola. No primeiro filme, Carrie mostra o seu medo por crescer e tornar-se adulta.
O facto de, este filme ser mais ‘’suavizado’’ justifica-se talvez pelo sucesso de 1976. O realizador decide anular a mensagem original do poder feminino (a associação entre a primeira menstruação de Carrie com o desenvolvimento de suas habilidades telepáticas) e faz do horror um objecto de desejo da protagonista. Sendo filha de uma mãe extremamente religiosa, Carrie pretende mudar a realidade, descobrindo os seus poderes sobrenaturais.
O final do filme é baseado num baile, em que a personagem ‘’veste’’ um papel de uma menina carinhosa, humilde mas sempre reservada. Foi aí que o realizador se esqueceu que estava a criar um filme de Terror e representou um pleno momento romântico.
No meio de tanto terror, (ou não), convém veicular o ponto positivo e realmente assustador do filme: o início. A cena de abertura mostra o árduo trabalho de parto pela qual, a mãe da jovem passou. Este início faz com que o espectador crie expectativas cerca o filme. Com o desenrolar da história, vemos que todo a filme ‘’foge’’ ao normal dos típicos filmes de terror, desenrolando-se num ambiente de muita luz para o normal, até de noite!
Terminando, com a apreciação do filme, é legítimo dizer que, cada vez mais, os produtores deste género tentam amenizar um filme de terror. Continuemos a torcer para que os próximos filmes da realizadora sejam mais intensos, carregados de terror e que a veia do sobrenatural de Peirce domine