Apreciação crítica do texto: a literatura como evidência histórica: cotidiano popular em “o cortiço”(1890)
“[...] a sua única habilidade(do historiador)consiste em tirar dos documentos tudo o que eles contém e em não lhe acrescentar nada do que eles não contêm”( Fustel Coulanges). Segundo Fustel, cabe ao historiador somente reproduzir os fatos já documentados anteriormente, sem alterá-lo ou acrescentar a eles algo mais. Sabemos que esse tipo de pensamento a muito deixou de existir, pois a história é um processo que se renova a cada momento. E é muito comum os historiadores, encontrarem em suas pesquisas fatos que por algum erro, ou por falta de equipamentos adequados ficaram na obscuridade durante anos ou até séculos, e que depois de achados, complementam os documentos já existentes. Sabemos que a história está presente em cada ato social e político que acontece em uma sociedade, por muito tempo os historiadores mantiveram distância desse tipo de influência, apegando-se somente no que dizia os documentos tidos como oficiais. Porém como passar dos anos, o cientista sentiu a necessidade de procurar e pesquisar qualquer material que tivesse ligação com esses movimentos, e é nesse momento que o discurso literário entra como um grande aliando no estudo histórico de um país e de seu povo. Para Sandra Jatahy “A literatura não pode ser entendida como uma “fonte a mais”, mas justamente como a fonte que pode dar aquele ‘algo mais’ que os documentos comumente usados na historia não fornecem”. Através do estudo das obras literárias o historiador consegue observar questões sociais e políticas tão próprias daquele período e vistas pelo ponto de vista do autor. Cada estética literária trás em sua construção, características próprias do período histórico a qual pertence, por exemplo: no Romantismo em sua terceira fase temos a tão conhecida critica social de Castro Alves, crítica que denuncia a escravidão e a retrata em suas poesias,