Testes estatísticos em projecto experimental
J. O. Ohm
TESTES ESTATÍSTICOS EM PROJECTO EXPERIMENTAL
- com muito pequeno número de sujeitos - praticamente SEM MATEMÁTICA
PRÓLOGO
Passamos a vida a tomar decisões baseadas em probabilidades mesmo sem as (saber) calcular, começando por levar o guarda-chuva quando é provável que chova…
A definição axiomática de probabilidade é intuitiva embora redonda porque acaba onde começa: é o número de casos favoráveis a dividir pelo número de casos possíveis igualmente prováveis; toda a gente sabe que a probabilidade de tirar o ás de espadas de um baralho de 52 cartas é de 1/52 ou 1,9%, a de tirar um rei é de 4/52 ou 1/13 ou 7,7%, a de tirar uma carta vermelha é de 26/52 ou 1/2 ou 50%; na verdade foi a análise matemática dos jogos de azar que originou a teoria das probabilidades.
A noção de frequência (relativa) de um acontecimento é mais da estatística do que da matemática, mas no século XVII ficou a dever-se a um famoso matemático (Jacques Bernouilli) um teorema que casou tão bem frequência e probabilidade – “ A frequência determinada empiricamente num grande número de casos será tomada como medida da probabilidade do acontecimento” (Vessereau, 1969) – que, não só muitas vezes as confunde mas também legitima que, quando não sabemos a probabilidade de um acontecimento, usemos em vez dela a frequência.
Assim, se a nossa experiência de vida mostrar que o boletim meteorológico se engana mais ou menos em metade das vezes, podemos dizer que, quando anunciam chuva, a probabilidade de chover é apenas de 50% (se optimistas) ou que a probabilidade de não chover é apenas de 50% (se pessimistas) mas sairemos mais felizes por, afinal sermos capazes de calcular a probabilidade de chover, o que consola imenso se nos molharmos por não ter levado o guarda-chuva ou se o tivermos perdido por, não chovendo, o ter deixado em qualquer parte.
Em virtude desta complexa problemática,