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Filme “Como estrelas na terra, toda criança é especial” sob o olhar da Psicologia do Desenvolvimento.
De estilo dramático, o filme aborda a questão da desigualdade encontrada no ambiente escolar alertando os docentes a respeito das dificuldades de aprendizagem, e relações familiares. O personagem Ishaan é uma criança de 9 anos que não consegue ler nem escrever. Para tanto, o diretor usa a temática “transtorno de aprendizagem”, em especial, a dislexia.
A dislexia não é uma doença. Trata-se de um distúrbio genético e neurobiológico de funcionamento do cérebro para todo processamento linguístico relacionado à leitura. O disléxico tem dificuldade com matemática, identificação de palavras simples, leitura e escrita. O que ocorre são falhas nas conexões cerebrais. Assim, a pessoa disléxica tem dificuldade para associar o símbolo gráfico e as letras ao som que elas representam e não consegue organizá-los mentalmente numa sequência coerente, tendo ás vezes à sensação de que as palavras estão “dançando” em sua frente.
Este transtorno, muitas vezes pode ser confundido com preguiça, falta de interesse, má alfabetização ou até mesmo com falta de inteligência como é possível perceber no filme, quando na verdade se trata de um problema de outra dimensão. As crianças disléxicas podem apresentar, na maioria das vezes, inteligência igual ou acima da média.
Como evidenciado no filme, muitas vezes o disléxico recebe um tratamento de exclusão, sendo reprimido e ridicularizado por sua dificuldade. Como meio de escapar da situação, pode responder com comportamentos inadequados caracterizando indisciplina.
O método de ensino interfere diretamente na qualidade do desenvolvimento e aprendizado da criança. Na época retratada pelo filme, o ensino caracterizava-se por métodos autoritários usados para domínio disciplinar. Método do qual Wallon discordava. Ele propunha um ensino pautado no estudo da pessoa completa, valorizando tanto o caráter cognitivo quanto o afetivo e motor,