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Desacostumada com o frio de Forks, o mês de agosto está apenas começando e como normalmente acontece, está frio. Depois de passar mais de dois anos morando em cidades quentes e quase sem inverno, voltando para cá, estou quase congelando. Olhando pela janela do meu novo apartamento no sétimo andar, apenas o que consigo ver é uma ventania que balança cada galho das árvores, e algumas poucas gotas de água, caindo em forma fina e deprimente. Fazia tanto tempo que estava longe daqui, que não fazia questão de lembrar o quanto é ruim voltar a morar nessa cidade. Na verdade, tantas coisas aconteceram por aqui, tantas fantasias, tantas brincadeiras, minha infância, minhas amizades, minha família, e agora? Agora quase nada mais nada existe. 20 Julho 1985.
Ah, esse dia minha mãe estava deitada em uma cama de hospital, aguardando o médico que me daria uma nova vida. Uma vida fora da barriga grande de minha mãe. Apesar de não lembrar o que aconteceu no dia e só saber que minha mãe fez muita, muita força e gritou bem alto, eu sei que por ela ter sofrido isso, é que estou aqui hoje. Mas vou começar a história um pouco antes, quando meus pais se conheceram. Foi em um encontro de famílias da vizinhança e por um acaso um moço acabara de se mudar para nosso bairro. Minha mãe, uma mulher muito bonita, com um corpo razoavelmente bonito, e seu rosto, ah seu rosto, era tão lindo, aqueles olhos pretos chamavam tanto a atenção, era impossível não olhar para cada traço de seu rosto. Sua boca, um tanto pequena, mas carnuda, sua pele como sempre, perfeita. Aquele homem não parava de trocar olhares e sorrisos com minha mãe. Logo ao fim do encontro de famílias ( suponho que tenha sido uma chatice), ele chegou ao lado de minha mãe e a cumprimentou. É claro, ele era lindo, um homem alto, cabelos pretos, olhos escuros, uma boca um tanto atraente e um sorriso encantador. Seu nome? Daniel. Como já é de se imaginar os dois conversaram por muito tempo, trocaram telefones, e dias depois