Teste
|Autorores: Dr. Edison Hüttner |
|Me. Felipe Loges |
Já faz tempo que esperava partilhar algum trabalho de campo com índios. Quando estive em Ji-Paraná (Rondônia), ano de 2007, apoiando o setor de saúde indígena, chamou-me atenção este fato. Eu estava acampado na aldeia dos índios Arara, a uns 60 quilômetros da cidade de Ji-Paraná. Ao final do dia eu fui a um pequeno bar de madeira, distante 5 quilômetros da aldeia. Logo depois chegou um índio professor, meu amigo, e também pediu uma garrafa de cerveja. O dono do bar indicou para o índio olhar na parede uma folha de papel, colada - um Xerox da Lei que o impedia de vender a garrafa, ou qualquer bebida de teor alcoólico. O índio foi embora, sem poder comprar, muito triste, discriminado... É muito difícil para eles. O vendedor me disse depois que, por ele, vendia, mas se vendesse, ele seria responsável pelo que aconteceria com o índio em caso de acidente, etc. No Brasil é proibido vender bebida alcoólica para índios. Mas os índios adquirem bebidas por outros meios, porém, fazer “escondido, proibido”, não faz bem. Talvez seja este um dos fatores que conduz ao alcoolismo nas aldeias –quando não é também fatores estruturais, a falta de rituais, entre outros de cunho psico-sociais, que levam até o suicídio. Ainda não vi nas escolas das aldeias que estive, manuais ou cartilhas explicando os prejuízos à saúde do álcool– e seu uso indevido. Noutra ocasião, em Brasília, DF, 2006, eu estava no final da tarde com amigos numa lanchonete, sentados, fazendo nossa refeição, era o final do dia. Logo chegaram três índios vindos de alguma aldeia do interior Brasil, de bermuda e camiseta. Eles chegaram alegres e pediram duas cervejas. – Alguém no bar levantou o braço e disse para o dono da lanchonete: “O senhor