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Contexto, Território e o Processo de Territorialização de
Informações: Desenvolvendo estratégias pedagógicas para a educação profissional em vigilância em saúde
Maurício Monken
O sistema de saúde brasileiro vem passando por transformações radicais que modificaram substancialmente o pensar e o fazer em saúde. Essa radicalidade está refletida na reorientação dos seus grandes eixos norteadores: na concepção do processo saúde-doença
– de uma visão negativa, focada na doença e no indivíduo para outra positiva, que favorece a construção de ambientes saudáveis com ações voltadas para a coletividade; no paradigma sanitário – centrado no modelo médico-assistencial e na biologia, para um ‘modelo de atenção’ que privilegia a qualidade de vida e o desenvolvimento global das comunidades com a participação dos cidadãos; e nas práticas em saúde – baseadas em ações curativas e de reabilitação para aquelas de promoção, prevenção e vigilância na perspectiva da produção social da saúde (Teixeira et al., 1998).
A formulação de propostas para a educação profissional em saúde, muito embora possa representar importante colaboração para as mudanças almejadas, sempre encontrará limitações dadas pela própria cultura institucional e a organização das práticas de saúde. Para Paim e Almeida Filho (2000: 81), “a revisão e o desenvolvimento curricular podem ser medidas necessárias para a reatualização das instituições de ensino face à reorganização das práticas de saúde, porém insuficientes para alterar o modo de produção dos agentes”.
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No entanto, se o propósito for transformar as práticas de saúde mediante a redefinição de políticas e a reorganização dos processos de trabalho, não se pode subestimar a questão pedagógica. Cumpre, assim, aproveitar as oportunidades de mudança no modo de produção desses agentes, surgidas na conjuntura, buscando constituir novos sujeitos-agentes