Territ Rio
Assim como consta no próprio titulo, o autor discorrerá, no texto, sobre as definições de território dentro de suas imbricações com os conceitos de espaço, poder, autonomia e desenvolvimento. Aliás, ainda sobre o título, é interessante à análise da argumentação notar a divisão feita entre espaço/poder e autonomia/desenvolvimento, já que a construção textual se dará em torno desses dois eixos. Na primeira parte, ocupa-se da conceituação teórica de território, postulando que este seria “fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir das relações de poder.” Destaque-se a alusão à Hannah Arendt, e define também o que seria poder, em contraposição à violência e dominação, principalmente. Partindo daí, enviesa pela análise da confusão que se faz entre território e “território nacional”, com a imputação errônea da escala de Estado ao conceito, bem como da escala temporal que comporta, podendo ser de caráter permanente ou periódico.
Nos dois blocos que seguem, observa-se o esforço autoral por, num primeiro momento, contextualizar o debate e definir seu objeto e, num segundo, ilustrar o alcance crítico dessa conceituação. Partindo da contextualização entre diferentes áreas da ciência social, marcadamente a Antropologia Urbana, Ciência Política e Geografia Política, e passando pelas definições ratzelianas do tema, chega à possibilidade de outra abordagem do que conceitua “territorialidade”, vendo-a como um campo de forças ligado a uma noção de alteridade e identidade, e exemplifica utilizando exemplos da cidade do Rio de Janeiro, como os territórios de prostituição e tráfico de drogas. Discorre não só sobre a flexibilidade da territorialidade em si, mas sobre o caráter contínuo ou descontínuo do território, e suas múltiplas possibilidades de sobreposição e contradições internas. Sobre a dimensão