TERRAS DO SEM FIM
O grande enredo de Terras do Sem Fim é a disputa de terras pelos coronéis do cacau. Porém, a trama é organizada em subenredos que dão ritmo e dinamismo à narrativa. São histórias de amor, de perda, de dor. Resumidamente, pode-se afirmar que o núcleo ideológico do romance se resume nas palavras: terra, cacau, dinheiro e morte. A grande disputa que norteia a narrativa refere-se à posse da mata do Sequeiro Grande, cujo solo era fértil e possivelmente muito lucrativo. Logo, a terra representaria para o seu proprietário muito dinheiro e poder, isto é, o adjetivo fértil determinando o substantivo terra significava lucro imediato, privilégios e prestígio social.
Na disputa, enfrentam-se dois grandes coronéis da região: os Badarós e Horácio da Silveira. A família Badaró pertencia ao partido que governava o Estado e pretendia aumentar sua produção, entretanto tinha como grande empecilho uma pequena propriedade, que pertencia ao aliado de Horácio, Firmo. Essa propriedade justamente era a mata do Sequeiro Grande, de solo fértil. Em função da inimizade que Horácio nutria pelos Badarós, obviamente havia uma incitação para que a venda não se realizasse.
O primeiro capítulo da narrativa de Amado inicia com a inscrição Terra adubada com sangue, um subtítulo sugestivo, o qual antecipa a trama e o desfecho da narrativa. O romance Terras do Sem Fim está dividido em seis capítulos, “O Navio”, “A Mata”, “Gestação de Cidades”, “O Mar”, “A Luta”, “O Progresso” – e esses divididos em subcapítulos. A trama tem início com a saída de um navio do porto de Salvador para a cidade de Ilhéus. Nele partiram personagens que buscavam o mesmo destino de vencerem na vida por meio do cacau. Para isso seguiam o seu destino que era Tabocas, um município de Ilhéus.
É representativa a forma como a despedida no porto e posterior viagem são narrados. O tom que predomina é o melancólico, “a canção é triste como um presságio de desgraça. O vento que corre sobre o