Terras do sem fim
Publicado em 1943, obra inspirada na vida do pai do autor. Vindo da Paraíba, o pai de Jorge Amado participou das lutas pela conquista e posse das terras cacaueiras no sul da Bahia, e plantou a fazenda Auricina onde nasceu o escritor. Quando menino, Jorge Amado testemunhou uma tocaia em que seu pai foi ferido gravemente.
O autor reconstrói episódios que marcaram a sua infância e adolescência, transformando Terras do Sem Fim num testemunho que não perde a visão crítica de um olhar a favor da justiça e da igualdade entre os homens.
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O romance é visto, hoje, como fruto da consolidação do amadurecimento do autor e o seu encontro com uma apurada técnica de construção de textos, que alia elementos da tragédia clássica com as raízes da literatura popular nordestina. A influência do cordel, com sua exaltação triunfal, e do dinamismo das narrativas do folhetim, com o excesso de ações e personagens, é administrada por Jorge Amado de forma sublime e competente.
Em Terras do Sem Fim, o escritor criou 191 personagens, que vivem uma variedade de situações. Jorge Amado construiu uma galeria de tipos populares e os tornou inesquecíveis, a exemplo do fazendeiro poderoso, o capanga, o advogado corrupto, as comadres faladeiras, a prostituta, o padre pedinte, o tropeiro, o trabalhador da roça e o jogador de cabaré, que marcaram de forma definitiva toda a sua obra.
Cada personagem pertence ao grupo de um ou outro dos coronéis rivais, e todos por sua vez se subordinam à versão local de um ou outro dos coronéis.
Entre cerca de uma dúzia de personagens centrais e secundários dignas de nota, os heróis