Terapias alternativas - risoterapia
17 a 23 de junho de 2002
9
Foto: Antoninho Perri
PESQUISA
As faces do riso
Trabalho de psicobióloga disseca propriedades terapêuticas da manifestação e sua importância na comunicação
M A R I A ALICE DA C RU Z halice@reitoria.unicamp.br O
Silvia Helena
Cardoso,
pesquisadora do NIB: “Rir é muito positivo para o organismo” Foto: Antoninho Perri
riso afeta a grande maioria dos sistemas do organismo, garante
Silvia. No cardiovascular, ele inicialmente aumenta a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Posteriormente, a vasodilatação das artérias promove uma queda da pressão, que é benéfica, principalmente aos hipertensos.
Com relação ao sistema respiratório, Silvia gravou um som normal e outro com riso. Comparando, descobriu que a freqüência e a intensidade de som durante o riso é muito maior. Isso aumenta a quantidade de oxigênio captada pelos pulmões e facilita a saída de gás carbônico. “Também quando rimos muito os órgãos do abdômen se contraem e se movimentam. E isso aumenta o fluxo saguíneo dos órgãos, o que também é muito positivo para o organismo”, garante.
Estudos mostram que o riso afeta até o sistema imune, aumenta a liberação de células que previnem contra infecção. Já foi comprovado também o aumento na produção de endorfinas (também chamadas morfinas endógenas) pelo organismo de quem ri.
Isso, segundo Silvia, promove bem-estar, pois alivia e até diminui a dor. “Por isso que hoje em muitos hospitais, inclusive no
Brasil, grupos como os Doutores da Alegria usam o riso como verdadeira terapia.” Segundo
Silvia, estudos da dra. Margaret
Stuber em hospitais pediátricos norte-americanos comprovam que esta terapia reduz o período
jargão “rir é o melhor remédio” pode fazer sentido não somente em títulos de publicações humorísticas. No dia-a-dia, esta manifestação natural tão pouco estudada por cientistas do comportamento tem propriedades
terapêuticas