Redação
A violência entre os jovens dentro da escola é fruto da ausência de referências positivas no meio onde vivem. Hoje, os pais, mais que depressa, colocam os filhos aos cuidados de babás, creches ou escolas. Chegam em casa exaustos após o dia de trabalho, têm ainda as lidas domésticas ou trazem trabalho para casa. A criança é colocada em segundo plano, sozinha, a ver televisão, ou a brincar sem um adulto que lhe dê atenção. A relação familiar centra-se prioritariamente nas necessidades físicas da criança. Todavia, a família não se pode demitir do seu papel e atribuir responsabilidades aos outros agentes educativos na formação dos seus filhos.
As crianças assistem a desenhos animados televisivos nas quais as personagens utilizam a violência para conseguir os seus intentos. O poder de sedução da televisão e a capacidade de imitação das crianças formam uma cumplicidade que pode atuar perigosamente na formação cognitiva destas. Para estas crianças a violência é algo normal, utilizam-na como arma quando consideram que ela é eficaz para conseguir os seus propósitos. Os jovens são os grandes consumidores dos meios audiovisuais, sobretudo Internet, jogos por computador, televisão e música. A televisão é um dos meios que mais violência difunde e a criança ou jovem é o sujeito passivo que mais a consome. Muitas crianças vêem televisão e jogam jogos de caráter lúdico duvidoso, sem qualquer supervisão das figuras parentais. Constroem as suas personalidades de acordo com o que observam, com uma total ausência de discernimento do que é certo ou errado.
A carência de bens mínimos como trabalho, alimentação e habitação de qualidade, aliados a inadaptação social devida à educação deficitária por parte da família ou pelo meio onde o jovem vive; bairro degradado, alcoolismo, droga, tráfico, prostituição, detenção familiar, violência doméstica, furtos, agressão.. Fazem com que os jovens adquiram condutas de acordo com o que vivenciam diariamente, ou seja, com violência.