Terapia familiar e drogadição
A terapia familiar surgiu em meados de 1950 e foi influenciada por diferentes abordagens teóricas. No início da década de 50 crescia a importância da família no desenvolvimento e na manutenção da patologia mental. Porém, a prática clínica vigente era regida por regras que ressaltavam que o contato com a família do paciente não deveria ser feito. Essa visão impediu o crescimento imediato da terapia familiar, mas posteriormente foi crucial para seu desenvolvimento. De acordo com Carneiro (1996) a terapia familiar evoluiu a partir de uma multiplicidade de influências tendo recebido contribuições de diferentes áreas do conhecimento. Para Grandesso (2008) o grande salto qualitativo e paradigmático para a expansão da terapia familiar foi a compreensão do indivíduo não mais no âmbito de sua individualidade, mas das relações e dos contextos em que se inseria. Assim, as primeiras abordagens de terapia familiar organizadas pela Teoria Geral dos Sistemas de Bertalanffy (1975) e da Cibernética de Norbert Wiener (1961), deixaram o território do intrapsíquico para se organizar no contexto do inter-relacional. Nichols & Schwartz (1997) afirmam que a terapia familiar foi desenvolvida por um grupo heterogêneo de investigadores, trabalhando em contextos bastante diferentes e com objetivos diversos. De diferentes lugares e demandas especificas surgiram os primeiros modelos de terapia familiar que tinham como principal objetivo buscar alternativas terapêuticas para populações clínicas não beneficiadas pelos tratamentos convencionais. Desafios clínicos como pacientes psicóticos e adolescentes delinquentes levaram os terapeutas precursores da terapia familiar a inovarem e inserirem as famílias no setting terapêutico. Nesse contexto, Grandesso (2008) descreve que a partir desses desafios desenvolveram-se várias abordagens, dentre as quais a Comunicacional, Interacional ou Terapia Estratégica Breve, Estrutural, Estratégica, Experiencial Simbólica,