Teorias do Texto
Turma: Segundo horário de quarta-feira.
Resenha do livro Memória Coletiva
Maurice Halbwachs (1877 – 1945) foi um discípulo do sociólogo Durkheim, e como tal, continua a busca científica deste pelas dinâmicas que estariam presentes entre as relações sociais e mentais. Membro da chamada Escola de Strasbourg que reuniu na década de 20 pensadores alemães e franceses em torno de estudos sociológicos e historiográficos, Halbwachs está na contramão do pensamento sociológico e filosófico do seu tempo, pois primeiro se separa de uma determinação unicamente mecânica ao buscar os processos contínuos que existem entre a sociedade e memória, isto recorrendo ao método analítico dialético, por outro lado, executa a tarefa sem recorrer em nenhum momento ao idealismo filosófico ainda forte de seu tempo. Portanto, o percurso do autor de Memória Coletiva é o de se afastar da sua formação universitária de origem (de filósofo e aluno de Bergson) para encontrar-se não no campo filosófico da metafísica propriamente dita, mas sim no campo do materialismo científico da sociologia.
Quem fez parte nas últimas décadas de qualquer sistema de ensino (tanto uma escola regular, como até um curso de línguas) já se deparou com aulas em que o docente procura uma aproximação daquilo que é do campo teórico da disciplina com a vida cotidiana. Em voga hoje, seja nos exercícios de geometria que tratam de situações reais e não idealizadas, seja nos cursos de línguas que conciliam o aprendizado da língua com o conhecimento cultural do aluno, vemos o quanto a nossa memória não é nem só individual e nem só coletiva, mas sim uma interrelação entre ambas, entre o contexto pessoal e o contexto social. Dessa forma, fica claro que a memória só pode ser ativada na relação com o mundo – na relação com o outro. Portanto, a memória é dependente da noção de alteridade. Nesse sentido, Memória Coletiva é um estudo sobre a memória humana, pois esta só é memória viva se