Teoria tradicional e teoria crítica
TRADICIONAL E A TEORIA CRÍTICA.
Carlos Eduardo Ramos – Universidade de São Paulo
Endereço eletrônico: carlostte@gmail.com
El sueño de la razón produce monstruos – Francisco de Goya
Dentro do quadro atual apresentado pela ciência vigente é possível fazer algumas considerações importantes acerca de quais as questões que esta busca responder, o que considera como “conhecimento” – incluindo sua visão de homem e de mundo – e como ela se propõe a responder essas questões. Horkheimer (1989) aponta alguns elementos que merecem maior atenção para esta discussão. Primeiramente, quando o autor discorre sobre teoria, afirma que a ciência preza por um conjunto de proposições gerais interligados e coerentes, de onde se podem extrair outras teorias subseqüentes. Se houver alguma contradição entre elas e sua utilização (na experiência) ela deve ser reformulada. É, portanto, hipotética, e por ser uma construção humana, é passível de erro. Como afirma Guba: “but all such belief systems or paradigms are human constructions, and hence subject to all errors and foibles that inevitably accompany human endeavors (1990, p. 18-19). Para a Teoria Tradicional, a ciência deve sempre generalizar os dados com o objetivo de se tornar mais útil e eficaz. Destarte, sua meta seria deixar de ser particular, adquirindo um grau de generalidade capaz de abranger todos os objetos do conhecimento. O mesmo método utilizado para estudar a natureza poderia ser utilizado para estudar o homem e seria bem sucedida. Embora pareça que a Ciência Moderna tenha caminhado para esses objetivos, segundo Horkheimer “estamos longe de tal situação”
(1989, p. 31).
Esta representação de teoria tem seus primórdios no pensamento de Descartes, quando se propõe a estender seu processo de dedução bem sucedido na matemática a todas as outras ciências. Logo após enumerar seus quatro simples preceitos lógicos do método, Descartes afirma: Essas