Teoria realista do cinema
Deixaremos um pouco de lado as concepções de André Bazin e apresentaremos inicialmente o conceito realista do cinema, apresentado pelo teórico Siegfried Kracauer, a fim de fazermos (mais adiante) breves comparações – ressaltando as diferenças – entre os dois teóricos (Kracauer e Bazin) e explicar as suas possíveis identificações. Principalmente no que diz respeito ao documentário. De qualquer forma, logo de início, não havia dúvidas de que a tendência teórica dominante na época era a do cinema formativo (próximo artigo), pois havia proporcionado uma corrente subterrânea que constituiu o início da tradição fotográfica e até mesmo a realista. Em 1913, por exemplo, ocorreram as primeiras proclamações através dos filmes produzidos e sob os quais retratavam a vida exatamente como ela é. Ou seja, qualquer pessoa que tivesse visto esses filmes, se surpreenderia com a fabulosa trama melodramática presentes nas histórias.
Na época do cinema sonoro, a única teoria realista considerada digna de nota, parte justamente daquela engajada nas realizações de filmes. Diversas declarações de documentáristas foram feitas, a fim de prestigiar – se é que podemos dizer assim – os filmes considerados diferentes – por não seguir as tendências do entretenimento. Um paradigma considerados pelos adeptos da teoria como um ponta pé inicial para aquilo que posteriormente viria.
Essas observações continham uma profunda crença de que o cinema ficcional dominante – sim, estamos falando de Hollywood – era estruturado por uma espécie de magia (metódos formativos de montagem, processos de laboratórios intensos e roteiros fabulosos), destinado a “ninar” o público pagante. O que podemos ver no início da teoria realista sobre esse fator, é que a mesma estava intimamente ligada ao senso da função social da arte. Ou seja, enquanto a propaganda foi estritamente usada para atrair grandes multidões e muito dinheiro, o cinema – propriamente dito – era usado