Teoria espiral do silencio
Noelle-Neumann, pesquisadora dos meios de comunicação de massa, pressupõe que os meios podem estruturar signos da realidade, por meio de imagens mentais que se formam pela palavra, pela fotografia, desenho ou pela voz. Para a pesquisadora, os meios de comunicação de massa influenciam em todos os sentidos: divulgam a moda, a gastronomia, os estilos de bolsa e sapatos, as vitaminas, o estilo de cabelo para o verão, o casaco para o inverno, a música mais ouvida, a peça de teatro mais popular, a mais elitista etc. A televisão, o rádio, os meios impressos e, principalmente, a internet são mídias que têm poderes que os próprios meios desconhecem.
Segundo Noelle-Neumann, a hipótese da Espiral do Silêncio foi um retorno ao conceito de um meio de comunicação de massa poderoso: “a opinião pública decorre da luta subconsciente dos indivíduos que convivem em grupos com o objetivo de chegar a juízos e consensos comuns”. A espiral é silenciosa, porque é inconsciente. E é espiral porque é contínua e ininterrupta. A idéia alicerça-se na psicologia, pois se relaciona com os medos e os traumas do ser humano. É a sensação de desprezo, do ridículo e do isolamento que faz com que o cidadão busque pelo grupo. Ele deseja pertencer a um grupo mesmo que este seja o do Bad Boy. Este é um dos lados funcionais da sociedade, ela identifica o ser, garimpa um crachá em sua testa e integra-o a um grupo, se benéfico ou maléfico, não se sabe nem em grau nem em intensidade, nem se pretende aqui discorrer sobre isso. Mas o fato é que todo sistema tem dois lados.
O ser humano não é uma ilha e necessita do alter. Saber que pertence a tal comunidade o garante parte integrante de algo que o identifica. Isso é paternidade, afinal, qual ser humano deseja ser órfão? Todos querem ter pais, pertencer a um clã que representa um conjunto identificador da etnia, da posição social, dos valores e costumes, dos hábitos e juízos, da moralidade, e traduz a noção de virtude,