teoria do discurso
No Brasil, a abertura a um processo de reforma do Estado começa enquanto debate/ possibilidade no campo político na década de 1980, “em meio a uma grande crise econômica, que chega ao auge no início de 1990, quando o país passa por um episódio hiperinflacionário” (Bresser Pereira, 1998: 43). Nesse sentido, a reforma é justificada no contexto da crise econômica. Segundo Brito, “é neste período que se estrutura um novo modelo conceitual sobre a inserção do Brasil na economia mundial, sobre a política comercial e industrial e sobre o papel do Estado com relação à economia e às instituições” (Brito, 1999: 36). O “novo” papel do Estado é apresentado a partir do paradigma da “governabilidade”, redução do papel do Estado em termos de financiamento e aumento de instâncias de controle e avaliação. “A reforma da educação, nesta direção, é concebida como uma das fundamentais reformas para a modernização produtiva da economia brasileira” (Zainko; Coelho, 2007: 110). Os pressupostos da reforma para a educação estabeleceram as seguintes prioridades: diferenciação, diversificação institucional e performatividade: discursos da qualidade, responsabilidade, eficiência e competitividade (Ball, 2004).
O Discurso: Aspectos do Debate nas Ciências Sociais Segundo Burity (2007), a análise do discurso (doravante AD) começa a ser utilizada como alternativa metodológica, nas ciências sociais, a partir da influência da análise do discurso francesa, na área da linguagem, tendo como um dos seus teóricos Pêcheux. Os estudos de Pêcheux (2002) se concentravam nas questões relativas ao aspecto funcional da linguagem, apresentando como eixo o lugar da produção e os mecanismos que geram “a evidência” do sentido. Tal abordagem exige do analista um trabalho de “descrição” e “interpretação”. Como afirma Pêcheux em relação ao trabalho do analista: “A primeira exigência consiste em dar o primado aos gestos de descrição das materialidades discursivas” (Pêcheux, 2002: 50). A