Teoria do Conhecimento
David Hume busca construir uma ciência da natureza humana baseada no método experimental, levando o empirismo às últimas conseqüências. Segundo seu sensualismo, as idéias se fundam na impressão, produzindo a crença na realidade daquilo que é representado. A história existe objetivamente, mas é produto da cristalização de crenças, de representações humanas. Assim como Locke, Hume explica a noção de substância como resultado de um processo associativo, mas acrescenta a idéia de que “eu” (self) também é uma coleção de impressões, sem resultado substancial, constituindo uma concepção da natureza humana que se afasta do jusnaturalismo. A teoria do conhecimento de Hume parte de um ceticismo que declara o fim da metafísica, ou da possibilidade do conhecimento da verdade metafísica, e das idéias claras e distintas do cogito cartesiano.
Hume adverte, entretanto, que o ceticismo extremado não tem influência constante sobre o espírito ou benéfica à sociedade. Ele explica que, felizmente, a ação humana não é interrompida pelo triunfo universal deste princípio, porque o primeiro e mais banal evento da vida coloca o cético no mesmo nível dos filósofos de todas as outras seitas e dos homens que nunca se preocuparam com filosofia*. O ceticismo de Hume, ao estabelecer como princípios crenças sem juízo de valor, parece conseguir evitar o dogmatismo.
A partir de seu empirismo psicológico, imerso na subjetividade, Hume desenvolve sua doutrina de que a causalidade não passa de um habitual processo associativo, uma impressão de que existe uma relação causal entre dois fenômenos somente porque um ocorre após o outro. Dessa forma, ele adota a crença como base de todoconhecimento natural, restringindo à matemática os processos de estruturação lógica. Adotando a crença na existência do mundo exterior, das outras mentes e do curso independente e regular da natureza**, David Hume descarta as bases racionais do entendimento humano, ancorando-o na