O filme “O enigma de Kaspar Hauser”, do diretor alemão Werner Herzog, conta a história de um jovem que fora privado do convívio social e do mundo exterior desde seu nascimento. Mantido preso a correntes, nunca pode desenvolver corretamente o movimento da fala e das pernas. Sabendo dizer apenas algumas palavras - “cavalo”, ”quero ser cavaleiro como foi o meu pai”, que lhe fora ensinado pelo senhor que lhe manteve cativo. Até que fora libertado, e encontrado, por volta de sua adolescência, em uma praça de Nuremberg. O mesmo trazia consigo poucos objetos, dentre eles um bilhete de origem anônima dirigida ao capitão de cavalaria da cidade, onde ligeiramente foi contada a sua história de vida. Kaspar Hauser foi o centro das atenções da cidade pois foi identificado como ser grotesco e diferente do meio sociocultural daquela região e época. Assim como muitos o ajudaram, muitos também o viam de maneira rude. Tratado como uma interessante anormalidade foi centro de pesquisas, mas também espetáculo de circo, já que naquela época, o modelo de circo que existia girava em torno da exposição de casos enigmáticos e estranhos, incomuns. Os esforços em transformar esse novo cidadão da cidade não foram poucos ou pequenos. Todos tentaram ensinar a Kaspar a viver como eles. Após ser abrigado por um professor que cuidava da sua socialização, Kaspar Hauser começou a aprender a falar, a andar, a tocar instrumentos entre outras atividades. A partir dessas novas experiências e observações, Kaspar passa a ter novos questionamentos sobre as coisas mundanas. A triste história de Kaspar Hauser teve fim quando foi assassinado com um objeto cortante no peito pouco tempo depois de sua aparição. Assim como sua origem e real identidade, a pessoa que o manteve em cativeiro quando criança e seu assassino não foram desvendados, permanecendo um enigma e fazendo com que novas hipóteses e estudos sejam gerados através de sua figura.