Polímatas, construtores de pontes
Existem conceitos que nós conhecemos, sabemos identificar, mas que não conseguimos condensar em uma única palavra. Isso pode acontecer por vários motivos, inclusive pela falta ou mesmo desconhecimento da palavra! Há algum tempo deparei-me com uma ideia assim: sempre tentei expressá-la, mas sempre me faltou uma nominação à altura... Pois a encontrei, finalmente, na palavra “polímata”! Sua tradução é a seguinte: "Que ou quem estudou e sabe muitas coisas ou muitas ciências (ex.: Santa Hildegarda era uma freira polímata; os polímatas são peritos em muitas áreas do conhecimento)" – fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. A origem da palavra é grega (polymathes) e é a junção de polys (muitos ou vários) com manthanein (aprender). Assim, polímata é aquele que obteve vários aprendizados (fonte: http://etymonline.com/?term=polymath).
Do dicionário, pulemos para a Wikipédia. Lá encontramos uma descrição um tanto mais elaborada, além de um retrato, num distinto tom pastel, de um rosto conhecidíssimo: Leonardo Da Vinci. (http://en.wikipedia.org/wiki/Polymath). O sorriso foi inevitável.
Anos atrás li uma crônica de Rubem Alves (ele mesmo um polímata em minha opinião: é escritor, cronista, filósofo, psicanalista, educador, jardineiro, teólogo, se interessa por música, cinema, cozinha...) na qual dizia que, hoje, Leonardo Da Vinci possivelmente seria um desempregado (!), tamanha a mecanicidade do mercado de trabalho e a valorização da ultra-especialização. Não vou resistir e reproduzirei o trecho tirado do livro “A Alegria de Ensinar”: “Foi então que me veio uma ideia maluca: se o Leonardo Da Vinci tivesse vivido hoje, será que ele teria conseguido um emprego na IBM? Para começar, o seu curriculum vitae provocaria suspeitas. Um homem com interesses que vão da estética dos cavalos à construção de máquinas voadoras não parece regular bem.” ( fonte: http://www.slideshare.net/ruiguinhas/rubem-alvesaalegriadeensinar)