Teoria das Relações Internacionais - ONU
TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Nota: 3,7 – 92,5%
1 - As atitudes de cooperação e de conflito constituem formas de expressão relacional individuais e coletivas, originadas no contexto da interação social, e das inerentes perceções cognitivas sobre uma realidade socialmente construída e constitutiva de enquadramentos de referências espácio-temporais, socioculturais e político-ideológicas específicos.
Numa abordagem teórico-analítica, a cooperação e o conflito ou a competição, são perspetivados enquanto atitudes e comportamentos expressos na ação, num ambiente relacional caracterizado por um conjunto de princípios e de referências valorativas comuns geradoras de perceções, expectativas e interesses diferenciados e evolutivos.
As diferentes perspetivas ou matrizes fundamentais, a diversidade dos objetivos estratégicos e a compreensão dos efeitos daí resultantes leva a que um determinado poder político se movimente dentro de uma imagem que eles próprios “fabricaram” que indubitavelmente não é a mesma para todos. A título de exemplo, podemos referir que a perceção soviética em relação aos EUA era de que estes conduziam uma política imperialista baseada no capitalismo. Já os EUA viam a União Soviética como o Império do mal, totalitário, que destruía a liberdade das nações minando os direitos individuais e fundamentais.
Como refere Adriano Moreira “A perceção parece o resultado de três elementos em interação: os valores, as crenças e a informação”1. Assim, cada perceção parte de uma perspetiva específica que se engloba numa escala de valores.
Após a Grande Guerra, e quebrada a aliança entre os EUA e a URSS (que mantinham por via desta), a perceção americana foi a necessidade de estes conterem o avanço dos soviéticos, pois achavam que tinham o dever moral de assumir a defesa do mundo livre. Kennedy, proclamou diante do Muro de
Berlim (1963) que a fronteira da América estava onde estivesse a fronteira da liberdade (Moreira, A.