Missoes de paz
O campo das relações internacionais sempre foi marcado por grandes debates a respeito de paz, segurança, poder, anarquia e soberania, que alteraram o rumo da história. No primeiro capítulo abordaremos a evolução das missões de paz a partir de seu surgimento e os impactos sofridos com as mudanças do cenário internacional nas últimas duas décadas (1990 e 2000), uma vez que estas fazem parte das atuações das instituições internacionais junto a seus Estados-Membros.
Durante este projeto, utilizamos a teoria neoliberal para compreender que as relações entre a maior parte dos Estados não estão condicionadas apenas pela segurança, mas também pela interdependência complexa, pela anarquia no sistema internacional e pelo maior envolvimento das instituições; no caso estudado, a Organização das Nações Unidas (ONU). Para tanto, recorremos aos autores Robert Keohane e Joseph Nye para fundamentar a nossa pesquisa (KEOHANE, 1986).
2.1 Premissas e conceitos teóricos das relações internacionais para a análise das missões de paz
2.1.1 O dilema da soberania
Iniciaremos este trabalho relembrando a definição de anarquia, cujo conceito é o oposto de hierarquia, ou seja, uma premissa de análise das relações internacionais que representa a inexistência de uma autoridade superior no sistema internacional que detenha a legitimidade e autoridade para impor leis aos Estados soberanos. Ao contrário do ambiente doméstico, o ambiente internacional é caracterizado pelas relações entre os Estados e a ausência de um poder soberano que imponha regras que sejam de fato seguidas (KEOHANE, 1986).
O teórico realista Hedley Bull afirma que as relações internacionais podem seguir certas regras para a manutenção da paz no ambiente internacional mesmo em um sistema anárquico, sem autoridade soberana. Além disso, os Estados não agem somente em função da segurança deixando de lado outras questões como economia e comércio. Se fosse