teoria da dependencia em florestan fernandes e fhc

TEORIAS DA DEPENDÊNCIA NA AMÉRICA LATINA:
CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIA ENTRE
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E FLORESTAN FERNANDES

Carlos Águedo Nagel Paiva*
Claudionir Borges da Silva

Área Temática: Cátedra para o desenvolvimento: IPEA/ CAPES

Resumo

A elaboração das teorias da dependência da América Latina, das décadas de 1960 e 1970, caracterizou-se por duas correntes distintas: de um lado teóricos que apontavam o desenvolvimento econômico subordinado ao capital externo; de outro lado, teóricos que partem da articulação econômica interna e a respectiva realidade de cada país subordinada à lógica do imperialismo. Nesse trabalho serão discutidas as perspectivas de Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes os quais defendem que o desenvolvimento econômico e a dependência estrutural latino-americana encontram-se numa perspectiva histórico-estrutural de articulação das economias internas associadas ao incremento de capitais externos. A divergência entre esses autores refere-se à política de desenvolvimento capitalista local. Para Fernando Henrique Cardoso, o desenvolvimento econômico das economias latino-americanas se realizou pela abertura do mercado interno ao capital internacional, mediante a perda de autonomia estatal e uma política de salários baixos para que os lucros e poupança interna possam crescer. Para Florestan Fernandes, a inversão do capital internacional aprofunda a dependência econômica e gera novas distorções estruturais impedindo o desenvolvimento do mercado interno e de uma política de distribuição de renda.

Palavras-chave: teoria da dependência. burguesia nacional. capitalismo monopolista.

Abstract

The development of theories of dependency in Latin America, in the 1960s and 1970s, was characterized by two distinct currents: on one hand, theorists who pointed to economic development subordinated to foreign capital; on the other, theorists who analyse the domestic economic articulation and the