Teoria Ampliada do Estado
Gramsci acreditava que a “mudança” não poderia acontecer do “alto para baixo”. O socialismo só aconteceria de uma forma gradual e com a mobilização da sociedade civil, já que ela difunde a ideologia. Esse trabalho deve ser feito “transformando” a ideologia das massas. É a chamada crise da hegemonia, sendo possível, apenas, nas sociedades mais complexas, com alto grau de participação política organizada. Daí, o grande papel dos intelectuais.
Gramsci enriquece a idéia marxista do estado com a sua "teoria ampliada do estado". Com esta teoria, Gramsci cria um novo componente: a sociedade civil, que seria o elo mediador entre a infra-estrutura econômica e o estado em sentido restrito na superestrutura. Esta sociedade civil é uma nova esfera social, com leis e funções relativamente autônomas e específicas em relação aos ditames econômicos e também aos aparelhos repressivos do estado. Ela é formada por organismos nos quais as pessoas ingressam voluntariamente, e estes organismos não fazem uso da repressão para cooptar membros.
Sua teoria amplia o conceito de Marx, que formulava idéias apenas em relação à estrutura repressiva do estado. A sociedade civil não se apóia em repressão, e sim na busca de aparelhos privados de hegemonia.
O estado, portanto, seria formado por duas esferas: a sociedade política, que é aquela que detém os meios de repressão (estado-coerção), e a sociedade civil, aquela formada pelo conjunto de organizações responsáveis pela elaboração e/ou difusão das ideologias. Exemplos destas organizações são as escolas, as igrejas, os