Teologia
Introdução
Do livro de Oreste Bazzichi, “Cent’anni di Rerum Novarum (RN)”, em que procurei resgatar a participação dos movimentos, instituições e pessoas relacionadas à construção do Ensino Social da Igreja (ESI). Tenho por certo que a contribuição dos movimentos sociais, em que muitos cristãos se engajaram podem oferecer uma contribuição para os cristãos de hoje comprometidos na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Do ponto de vista histórico desejo apenas oferecer o contexto de alguns documentos pontifícios que motivou o posicionamento dos mesmos.
Quanto ao Compêndio daremos umas breves pinceladas sobre a esquematização e a importância do mesmo como instrumento de evangelização.
1. Ensino Social da Igreja (ESI) e seus antecedentes
Para uma boa compreensão da DSI se faz necessário conhecer as instituições e as pessoas que contribuíram para sua construção.
As transformações sociais do início do século XIX foram marcadas pela ausência do Estado, em força do regime do “lassaiz-faire” com evidentes prejuízos da parte mais fraca. Isso conduziu fatalmente à exasperação da luta de classes. A questão social se colocava em termos de conflito entre trabalho e capital e a igreja católica não se havia pronunciado. 1 Contudo, grupos de pensadores católicos saíram à luta. O primeiro deles foi o grupo das Conferências dos Vicentinos, fundado por Frederico Ozanan. Além das atividades assistenciais, as conferências organizaram patronatos, escolas para a aprendizagem dos funcionários, caixas de mútuo socorro...No plano formativo surgiram os periódicos entre os quais desponta na França “Ere Nouvelle” fundado por Frederico Ozanan e Lacordaire. Estamos em pleno 1848, ano do Manifesto Comunista. 2
Ainda neste período surgiram os Círculos operários fundados por René de la Tour du Pin e Albert de Mun visando atividades recreativas, de formação e moralização.