tendencias contemporânea do teatro brasileiro
Costumo afirmar que, didaticamente, certas hegemonias são reconhecíveis no palco brasileiro. Enquanto se realizava, em São Paulo, a Semana de Arte Moderna de 22, o atraso teatral ainda determinou, na década de 20 prolongando-se até a de 30, a hegemonia do ator. O fenômeno Vestido de noiva, que renovou a dramaturgia, com o texto de Nelson Rodrigues, a encenação, com o trabalho de Ziembinski, e a cenografia, com a arquitetura cênica de Santa Rosa, só produziu frutos imediatos e mais visíveis no campo das montagens. Prolongando e consolidando as criações do grupo carioca amador de Os comediantes, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), criado em São Paulo em 1948, estabeleceu a hegemonia do encenador com o concurso dos diretores europeus, sobretudo italianos, que também na década de 50 assumiram as rédeas de conjuntos como o Teatro Popular de Arte (Companhia Maria Della Costa-Sandro Polloni), a Companhia Tônia-Celi-Autran, o Teatro Cacilda Becker e o Teatro dos Sete.
A hegemonia do autor brasileiro só veio a se dar em 1958 quando o Teatro de Arena de São Paulo lançou Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, abrindo caminho para um grupo de jovens talentos. A política de prestígio ao dramaturgo nacional deixou de ser privilégio do elenco paulista para dominar até os redutos que lhe eram mais adversos.
O florescimento da literatura dramática brasileira tornou-se signo da nossa