Tempos modernos
Charles Chaplin conseguiu transmitir com esse clássico uma ideia clara de como o mundo capitalista e industrial nos escravizou e escraviza até os dias de hoje.
Dentre as consequências geradas pela Grande Depressão, podemos citar: desemprego, queda nos preços do produto interno bruto, fechamento de indústrias, exploração da classe operária, etc. Contudo, o maior reflexo desse advento, foi sentido pelas camadas mais baixas da população, que encararam a fome, superpopulação, desnutrição e doenças, traduzidas como desmoronamento das esperanças e do desespero pela sobrevivência, conforme pode ser referendado nas cenas do fechamento das fábricas, nas greves e na situação de miséria, retratada na família, em que o pai foi obrigado a entregar ao governo os três filhos, por motivo de falta de condições de subsistência.
Outro fator preponderante que contribui para a historicidade desse filme foi a Revolução Industrial, que teve como maior consequência a substituição do homem pela máquina, podendo ser definida também como passagem da manufatura para a maquino fatura, principalmente porque o homem passa a assumir um papel de agente de direção, de manobra dos aparelhos. Essa transformação teve como objetivo produção de mercadorias em alta escala, agilidade e rapidez no processo, redução/contratação de mão de obra barata.
Essa influência pode ser constatada na primeira parte do filme que retrata a opressão vivenciada pelos operários da fábrica que são explorados e pressionados a produzirem cada vez mais, que devido a exercerem a mesma atividade, de forma repetitiva, perdem suas identidades, transformando-se em robôs compulsivos, conforme evidenciado na cena em que Chaplin fica desequilibrado e sai apertando tudo o que imagina ser uma porca/ferramenta. O ápice desse desequilíbrio é quando o gênio vê uma senhora com o vestido cheio de botões e sai correndo atrás dela, confundindo os botões do vestido com parafusos, e assim parte de seu trabalho.
Não