Tempos Modernos de Chaplin: análise ergonômica
É Brilhante em todos os sentidos, por conta de sua sequência inicial de cenas, onde vemos o adorável vagabundo trabalhando numa fábrica! Quando eu era criança vi esse filme e não entendi a inteligente crítica ao industrialismo taylorista do início do século XX que Chaplin faz no roteiro.
Chaplin quis denunciar, com sua genial arte, as condições desumanas as quais os trabalhadores eram submetidos, sem escolha.
O filme é apresentado com uma imagem de um relógio ao fundo, trata-se de uma referência ao controle preciso do tempo, próprio da era industrial. Ao longo da sequência da fábrica há outras referências a esse tipo de controle.
Logo em seguida é a vez de uma referência sutil ao controle do espaço. Uma cena de um rebanho aglutinado é sobreposta, fazendo assim uma associação, com uma de trabalhadores saindo do metrô e indo para a fábrica.
Os trabalhadores são comparados a gado por essa associação, com o intuito de mostrar como foram reduzidos a essa condição.só uma
As máquinas no ambiente interno da fábrica fazem muito barulho, no entanto você não vê ninguém com protetores auriculares.
Da mesma forma, o calor é intenso, e faz as pessoas trabalharem sem camisa.
O painel de controle das máquinas é gigantesco, e exige força para ser operado, assim o homem se dobra, se contorce e se esgota a cada operação. Ou seja, a usabilidade nos comandos não foi pensada levando em conta o operador humano.
Os postos de trabalho tem o mínimo de espaço possível o que faz com que os trabalhadores se acotovelem, em pé, enquanto operam máquinas sem nenhum tipo de proteção, como capacetes.
As condições na linha de montagem não são das melhores, também. Há o mesmo problema de espaço dos postos citado anteriormente, com o agravante da tarefa ser repetitiva (a cada segundo!). LER/DORT devem ser constantes aí.
O chefe ameaça o trabalhador que comete