Temperamento Comportamental de gênero: nature x nurture
Introdução
Como tema da pesquisa levantada em relação à personalidade, escolhemos para o presente trabalho a questão do temperamento que define o comportamento humano, seja ele homem ou mulher. Mas, seria impossível levantar tal problemática que o tema causa, sem antes defini-la. Entende-se, portanto, temperamento como “um aspecto especial da personalidade: as particularidades do indivíduo ligadas à forma do comportamento, principalmente ligadas aos ‘três As da personalidade’: afetividade, atividade (excitação) e atenção.” (Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit. Berlin: Springer), ou ainda, mais especificadamente, como o “conjunto de traços de personalidade (i) observáveis desde os primeiros anos de vida, (ii) influenciados em grande parte geneticamente e (iii) estáveis a longo prazo” (Buss, A.H. & Plomin, R. (1984). Temperament: Early developing personality traits. Hillsdale, NJ: Erlbaum). Várias são as definições levantadas para designar o termo, definições que incitam uma discussão sobre o que seria temperamento, contudo, nossa intenção não é saber o que é em sua essência, mas de onde provém. Como o ser humano a adquire e como explicar as contradições e crenças de que seja, temperamento, na verdade algo definido e único de cada indivíduo. Tais definições por muito tempo ditaram o conceito (tanto científica como popularmente), de que temperamentos que definem o comportamento de mulheres ou homens, eram determinados geneticamente, imutáveis e acompanhavam o feto, desde sua formação até seu nascimento. Entretanto, com o aprofundamento desse estudo, percebeu-se que essa teoria podia ser refutada, pois o que era considerado aspecto que define a hereditariedade (como o ambiente intra uterino) na verdade, também é moldado pelo meio. Além disso, outros estudos mostraram uma nova concepção teórica, a de que o temperamento não era imutável e