Tema

Pensar o Projeto de Vida diz respeito a identificar os limites e possibilidades futuras, refere-se ao modo como as pessoas projetam suas vidas, meio de anteciparem seus papéis na sociedade e, principalmente, no campo profissional. Pensar o trabalho implica refletir sobre as exigências do sistema produtivo, de como essas exigências são internalizadas, ou subjetivadas e orientam as escolhas. Silva (1995) fala-nos sobre a produção de habitus, importante conceito da teoria de Bourdieu, o qual afirma que ao mesmo tempo em que a pessoa interioriza a objetividade das exigências do mundo, ele as exterioriza em suas práticas, em suas escolhas. Pode-se depreender daí que o habitus é, simultaneamente, individual e social, gera e estrutura as ações no mundo. Cimbalista (2008) concebe a subjetividade como “sistema complexo e multideterminado, afetado pelo movimento das redes de relações que caracterizam o desenvolvimento social”. (p.
2). Podemos admitir que a relação da pessoa com o trabalho integra o conjunto dos elementos formadores subjetividade. Submeter-se às leis de mercado sem que se possa pensar criticamente a respeito disso representa a apropriação da subjetividade do trabalhador. Nossa proposta pôde constituir alternativa à expressão singular da complexidade subjetiva através do pensar sobre si na relação com o mundo do trabalho. Sensibilizar-se ao significado da construção do Projeto de
Vida configura-se como uma produção de sentido, aparecendo em cada sujeito de forma única.
A abordagem sócio-histórica em Orientação Profissional orienta nosso trabalho e tem influências da Psicologia Sócio-histórica, a qual busca compreender o indivíduo inserido na 5 dinâmica das relações sociais, visando provocá-lo para que tome consciência das determinações sociopolíticas, como afirma Bock (1999). O trabalho em Orientação Profissional, nessa vertente, vê o ser humano em todas as suas potencialidades de operar mudanças em si e sobre o mundo.