Tecnólogo em meio ambiente
Epidemiologia Descritiva da Dengue
Introdução
A dengue é uma doença transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo incriminadas várias espécies do subgênero Stegomyia (Aedes aegypti, Aedes albopictus e Aedes polynesiensis), nas quais o vírus foi encontrado in natura. Experimentos em laboratório também mostraram a susceptibilidade de outras espécies de Aedes ao vírus da dengue. O mais importante vetor de dengue, entretanto, é o Aedes aegypti. O Aedes albopictus é um vetor de importância secundária na Ásia, contudo, em algumas áreas da Indonésia, têm ocorrido surtos com frequência, nas partes rurais do país, onde o Ae. albopictus é a espécie predominante.
Ademais, estudos sobre a transmissão de dengue em vilas da Tailândia indicaram importante papel do Ae. albopictus na transmissão dessa doença. Nas Américas, o Ae. albopictus ainda não foi incriminado de maneira consistente como vetor de dengue, embora alguns estudos tenham encontrado mosquitos naturalmente infectados.
Tanto o Ae. aegypti quanto o Ae. albopictus são importantes vetores de arbovírus para o homem. Ambas são espécies exóticas que chegaram ao continente americano após desenvolverem, em seus ambientes primários, grau significante de sinantropia1. Geralmente, a ocorrência de epidemias de dengue está diretamente relacionada com a presença e a densidade de seus vetores.
Recentemente, alguns modelos matemáticos procuraram descrever a dinâmica populacional do mosquito vetor e a propagação de epidemias a ele associadas. Esses modelos buscavam descrever a evolução de epidemias causadas por mosquitos vetores de acordo com variáveis socioambientais. A dinâmica da população do mosquito baseando-se em parâmetros climáticos que influem em seu ciclo vital, feitos constantes no tempo ou ainda considerando que esses parâmetros pudessem variar no tempo, buscando inclusive avaliar certas formas de controle do mosquito adotadas pela SUCEN-SP2. O presente trabalho propõe-se a aplicar