Tecnologia Social
Renato Dagnino*
Flávio Cruvinel Brandão**
Henrique Tahan Novaes***
A Rede de Tecnologia Social (RTS) tem duas características que a diferenciam de outras iniciativas em curso no país, orientadas à dimensão científico-tecnológica. A primeira é o marco analítico-conceitual que conforma o que aqui denominamos
“tecnologia social” (TS). A segunda é justamente seu caráter de rede. Sem ser excludente àquelas iniciativas, a RTS se articula, em função dessas características, como uma alternativa mais eficaz para a solução dos problemas sociais relacionados a essa dimensão e como um vetor para a adoção de políticas públicas que abordem a relação ciência-tecnologia-sociedade
(CTS) num sentido mais coerente com a nossa realidade e com o futuro que a sociedade deseja construir.
Este capítulo, escrito por participantes da RTS que se têm dedicado a temas relacionados à TS no plano acadêmico,1 tem
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Professor titular da Universidade de Campinas (Unicamp).
Assessor do Departamento de Ações Regionais para Inclusão Social da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social.
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Economista formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestrando no Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) da
Universidade de Campinas (Unicamp).
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As dissertações de mestrado de dois dos autores – Dagnino (1976) e Brandão (2001) – são uns dos poucos esforços de reflexão acadêmica sobre o tema realizado no Brasil.
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1
Tecnologia social: uma estratégia para o desenvolvimento
por objetivo proporcionar ao leitor um conceito de TS que lhe permita o entendimento da proposta de trabalho da RTS e, em conjunto com outros elementos, provoque sua adesão à mesma.
Para isso, trata da primeira dessas características – o marco analítico-conceitual da TS –, buscando precisar como ele pode ser construído mediante contribuições de natureza bastante diversa até originar o conceito de TS