Tecnologia na Educação
José Manuel Moran
As tecnologias de comunicação permitem cada vez mais escolhas. Mas, na prática, há muito mais possibilidades de interação do que interações efetivas. Há um acordo
“tácito” entre produtores e consumidores: se oferecem muitas alternativas na área de entretenimento (filmes, games) e de serviços (telemarketing, home-banking) do que em outros campos, como o da informação ou de debates.
O fantástico desenvolvimento de tecnologias pessoais, móveis, mais baratas e cada vez mais interativas está propiciando mudanças significativas nas formas de trabalho, de lazer, de comunicação com pessoas próximas e distantes. Modificam se as concepções de espaço e de tempo, do que é real e virtual, do que é tradicional e inovador.
A extraordinária expansão destas tecnologias faz com que muitos se deslumbrem e concluam que elas poderão resolver os grandes problemas que nos afligem, que as tecnologias diminuirão as desigualdades sociais, democratizarão o acesso aos bens culturais e econômicos. As redes vão permitir-nos relacionar-nos de forma diferente com o espaço e o tempo, falando, vendo-nos e trabalhando juntos, não importa a que distância e a um custo ínfimo. Poderemos ver-nos, ouvir-nos a distância, fazer compras sem sair de casa, pagar qualquer conta sem ir ao banco, estudar e trabalhar, ficando cada vez mais em casa.
De outro lado, também encontramos muitos críticos de toda essa parafernália tecnológica, como Neil Postman em Tecnopólio, cheia de gadgets inúteis, de soluções à procura de problemas, que acentuam a acomodação das pessoas, que as encerram mais e mais em casa, que diminuem o contato físico, enquanto aumentam o individualismo e a alienação.
Nem o deslumbramento nem a crítica radical nos ajudarão a compreender melhor como lidar com as tecnologias. Elas nos ajudam e complicam. Nenhuma tecnologia é inocente. Socialmente são introduzidas por grandes grupos , procurando facilitar a nossa