teatro nos anos 70
A geração dos anos 70 começa a tomar contato com a produção cultural e a produzir no clima político em que viviam. Neste momento, as universidades e todo o processo cultural apresentavam condições muito diferentes das que marcaram a geração anterior.
Este período é marcado pelo debate da dependência cultural e da modernidade, o que causou desconfiança, tanto em relação à visão do sistema ditatorial de extrema direita que vigorava na época, quanto à visão da esquerda marxista-leninista. Esta esquerda perde força a partir da virada da década, que representou uma derrota tanto para ela quanto para os movimentos de massa.
No campo cultural, a censura ficava cada vez mais violenta, o que dificultava as manifestações de caráter crítico. Enquanto a modernização provocava um salto na indústria cultural.
O teatro empresarial encontrava ótimas condições para fazer superproduções, voltadas para o lucro. O que faz com que, na indústria cultural, se forme a ideologia da competência. O Estado, para ter nas mãos essas formas de expressão, passou a financiar essas manifestações e passou a ser o maior patrocinador da produção cultural brasileira.
O ensino torna-se especializado, tendo a sofisticação e a valorização da chamada “competência técnica” como pilares da produção. Seguindo, sempre, as novidades vindas da Europa.
Com a rejeição do sistema e também da esquerda burocratizada, os setores jovens, num momento em que as alternativas fornecidas pela política oficial são inúmeras, começam a enfatizar a atuação em circuitos alternativos, ou marginais. No teatro, a cultura marginal aparece nos grupos “não-empresariais” -destacando-se o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone.
A denominação marginal, não vem no sentido de “bandido”, “fora da lei”, mas sim no sentido de estar a margem da sociedade, não estar de acordo com as tendências da sociedade em que vivem.
Todas as manifestações marginais criaram seus próprios circuitos, desta forma, não dependiam de