Teatro na época medieval
Na época medieval, os espetáculos de teatro, por influência da Igreja, centravam-se nos episódios bíblicos. Os dramas litúrgicos representavam-se após a missa, nos dias das grandes festividades, tendo como tema principal as cenas do Natal, da Paixão ou da Ressurreição de Cristo. Estas representações estavam originalmente a cargo dos padres e monges. No século XII , as encenações passaram a ser exibidas ao ar livre e chegavam a durar vários dias. Desenvolveram-se, entretanto, outras formas teatrais como os Milagres que contavam a vida dos santos; os Mistérios que abordavam a representação da fé e ainda as Moralidades que continham objetivos didáticos.
Estas representações transmitiam conceitos morais, religiosos, e políticos.
Mais tarde estas manifestações teatrais emanciparam-se da liturgia da Igreja e passaram a representar, de forma alegórica, vícios e virtudes como o orgulho, a fúria, a piedade, a avareza, a esperança e outros traços da personalidade humana. Outra das fontes do teatro medieval, de origem laica, focalizou-se na representação dos costumes sociais da época. Os entremezes são um género teatral característico podendo surgir como representações mimadas e dançadas que se realizavam, frequentemente, antes dos torneios e combates entre os cavaleiros. Em Portugal: Por volta do ano de 1193, no reinado de D. Sancho I, surge o primeiro relato que dá conta da existência e atividade de dois atores/jograis, Bonamis e Acompaniado. Estes atores representavam, na corte, pequenas peças mimadas chamadas momos. Também diziam versos escritos, os arremedilhos, onde eram relatadas ações cómicas e caricaturadas figuras sociais conhecidas, na celebração de eventos ocasionais com o objetivo de divertir o público.
Gil Vicente
Poeta e dramaturgo português, Gil Vicente é considerado por muitos estudiosos o pioneiro no teatro de Portugal, chamando-o de “Pai do teatro português”. Ficou famoso por sua obra chamada “A Farsa de Inês