Teatro de ópera, Guangzhou, China
À beira do rio Guangdong (rio das Pérolas), o conjunto ocupa um lote entre edifícios culturais e arranha-céus do setor financeiro do bairro de Zhujiang.
“Como a Ópera seria alocada no centro de uma extensa zona em expansão, cujo plano diretor inclui espaços cívicos e torres comerciais, propusemos uma implantação que inclina suavemente a área livre em direção às duas edificações”, explica a arquiteta.
A obra totaliza 73 mil metros quadrados construídos em um terreno de 42 mil metros quadrados, com ampla área livre e dois edifícios, ambos com salas de ensaio e apoio, espaços administrativos, lobbies e lounges, cafeterias e restaurante.
O prédio menor tem quatro pavimentos superiores e um subterrâneo, e auditório com 440 assentos. O maior conta com sete pavimentos superiores e quatro inferiores; nele se localiza a sala de concertos principal, com plateia para 1,8 mil pessoas e palco de 300 metros quadrados.
As pedras do rio moldadas pela erosão serviram de inspiração para a volumetria. “Na cultura chinesa, a ideia de seixos e rochas às margens de um rio é como uma metáfora, repleta de significados”, salienta Zaha.
Quando projetou o edifício, porém, a arquiteta não pensava em construir essa metáfora. “Queríamos realizar uma analogia da paisagem, de forma que as características da natureza pudessem se expressar na arquitetura. Um exemplo são as suaves linhas do terreno inclinado que penetram nos volumes da Ópera como curvas assimétricas, definindo as lajes de transição entre os pavimentos”, revela a autora.
No interior dos edifícios, essas linhas dividem-se no sentido vertical, delimitando os espaços secundários e configurando o perímetro das salas de concerto.
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