TDAH e a Educação física
A criança que é avoada, esquecida, estabanada, que não para quieta, é impulsiva e inquieta pode fazer parte das estatísticas que indicam que 5% da população infantil mundial padece do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Com repercussões na vida social e escolar, o TDAH pode ser tratado com medicação, acompanhamento multidisciplinar composto por médico, psicólogo, terapeuta ocupacional e também atividade física, já que pesquisas têm apontado que o exercício pode ajudá-las a melhorar a concentração e a função cognitiva.
Viviane Grassmann Marquesm, profissional de educação física e doutoranda em Biologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem voltado seus estudos justamente ao tratamento desse transtorno. “Faço atividades físicas com crianças para melhorar o TDAH. A literatura científica indica que o exercício físico libera dopamina e noradrenalina, substâncias que essas crianças têm em menor quantidade”, conta.
Viviane trabalha por seis meses com crianças que não fazem uso de medicação e avalia as mudanças no comportamento. Embora a medicina tenha avançado bastante, a classe médica ainda se divide quanto ao uso de remédios à base de Metilfenidato (dos quais Ritalina® é o mais popular), que prometem melhorar a qualidade de vida e o desempenho escolar dos portadores de TDAH, mas que apresenta efeitos colaterais desagradáveis, como depressão, perda de apetite, insônia, entre outros e que fazem com que seu uso seja visto com cautela por alguns médicos.
Dr. Marcelo Gomes, Diretor Médico da Área Terapêutica da Novartis, fabricante da Ritalina®, explica que cada caso é um caso e, por isso, o uso do medicamento deve ser avaliado individualmente. “O diagnóstico é clínico, não depende de exames e, pela formação, os médicos mais indicados são o neurologista, o neuropediatra e o hebiatra. A escola não está apta a dar o diagnóstico do TDAH”,