Estudos mostram que uma maior adesão às práticas de higienização das mãos está associada a uma redução nas taxas de infecções em serviços de saúde, uma vez que impede a transmissão cruzada de microrganismos (ANVISA, 2008). Estes estão presentes na superfície da pele humana em quantidades diferenciadas por centímetro quadrado (cm2), dependendo da região do corpo (Selwyn, 1980). Nas mãos, um profissional de saúde possui, em média, 3,9 x 104 a 4,6 x 106 UFC (Unidades formadoras de colônias)/cm2 (Price, 1938; Larson, 1984; Larson, 1998; Granato, 2003). Em seu estudo sobre a quantificação da microbiota da pele, Price dividiu as bactérias isoladas das mãos em duas categorias: transitória e residente (Price, 1938). Acredita-se que os microrganismos mais associados à ocorrência das infecções pertencem à microbiota transitória (Kampf & Kramer, 2004). Esta coloniza a camada mais superficial da pele e é frequentemente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente (colonizados ou infectados), ambiente, superfícies próximas ao paciente, produtos e equipamentos contaminados, podendo ser facilmente eliminados pela higienização das mãos com água e sabão e uma solução anti-séptica (ANVISA, 2008). A microbiota transitória consiste de microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, representada tipicamente pelas bactérias Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli) e bactérias não fermentadoras (Ex: Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus. Embora raramente se multipliquem na superfície da pele (Kampf & Kramer, 2004), alguns podem provocar infecções relacionadas à assistência a saúde. Em relação à microbiota transitória da superfície da pele, Rotter relata em seu estudo que, no procedimento de higienização simples das mãos com água e sabonete por um período de 15 segundos houve redução bacteriana em torno de 0,6 a 1,1 log10 e, quando realizado em 30 segundos houve redução de 1,8 a 2,8