TCC Poker
Mesmo que não o diferenciem pelo nome, quase todos os brasileiros nascidos no último século reconhecem um baralho 139, quando o têm nas mãos. O fundo azul ou vermelho e o símbolo de uma taça prata, com o cavaleiro empunhando uma lança nas cartas da marca Copag, preencheram horas de lazer de gerações e gerações ao longo das décadas. A fabricante do modelo, fundada há 103 anos pelo imigrante português Albino Gonçalves, em São Paulo, atravessou a era dos cassinos e sobreviveu à sua proibição pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, em 1946.
Agora a Copag, que detém cerca de 90% de participação no mercado brasileiro, colhe os frutos de uma bem-sucedida estratégia de internacionalização. Em 2005, ela se associou com a belga Cartamundi, maior grupo de jogos de cartas do planeta. Após essa jogada, a família Gonçalves passou a deter 50% de um grupo que deve faturar US$ 250 milhões no mundo em 2011 e vende a sua produção anual de 200 milhões de baralhos para mais de 120 países.
Nos últimos três anos, o Cartamundi adquiriu o controle de empresas no México e na Índia. “Provavelmente, o próximo lugar onde vamos chegar é a China”, diz Ricardo Gonçalves Filho, CEO da empresa e representante da quarta geração da família, no comando da Copag. “Não dá para depender só das vendas internas.” A internacionalização dos negócios pode ser explicada pelo tamanho do mercado brasileiro. O Brasil representa apenas 2% do mercado global de baralhos, que produziu 1,5 bilhão de unidades em 2010. O País não está entre os 15 maiores consumidores per capita do produto do mundo. Atualmente, a fábrica de Manaus da Copag, que tem capacidade de produzir 30 milhões de baralhos por ano, exporta 15% de sua produção. A cartada de mestre da Copag para ganhar espaço lá fora foi aproveitar-se da febre mundial pelo pôquer. A empresa é a fornecedora oficial para a World Series of Poker, a copa do mundo do pôquer, e para os torneios organizados pela Poker Stars, uma liga de jogadores