tcc icterícia neonatal
A icterícia neonatal é a manifestação visível, na pele e escleróticas, de níveis séricos de bilirrubina superiores a 5 mg/dL. Embora seja conhecida desde o tempo de Hipócrates e Galeno, a icterícia foi mencionada pela primeira vez como icterícia neonatal em 1943, por Bartholomeus Metlinger. A icterícia neonatal continua a ser um tema atual e de grande importância pela elevada incidência desta patologia entre os recém-nascidos e por se tratar de uma situação clínica muitas vezes não tratada, pode evoluir para sua forma mais grave (SILVA, 2011).
Após o nascimento o recém-nascido tem que ativar os seus próprios sistemas excretores, ocorrendo geralmente um atraso na sua maturação, o que se traduz na icterícia fisiológica que aparece por volta do terceiro ao quinto dia de vida. Se a bilirrubina total sérica exceder os 5 mg/dL no primeiro dia de vida, 10mg/dL no segundo dia, mais de 13mg/dL nos dias seguintes, ou se os sinais clínicos de icterícia persistirem para além de uma semana pode-se excluir a icterícia fisiológica como diagnóstico, sendo necessário investigar outra possível causa de hiperbilirrubinemia no recém-nascido (KRAUZER, 2009).
Dentres os fatores que resultam em icterícia neonatal estão: um aumento da síntese de bilirrubina, devido ao maior número de eritrócitos e à menor semi-vida destes nos recém-nascidos; diminuição da capacidade de ligação e transporte da bilirrubina, pelo facto das concentrações séricas de albumina nos recém-nascidos serem mais baixas; captação hepática prejudicada devido aos níveis diminuídos de ligandina; aumento da absorção da bilirrubina através da circulação entero-hepática uma vez que o intestino do recém-nascido tem beta-glucuronidase, a enzima responsável pela conversão da bilirrubina conjugada em não conjugada, mais facilmente absorvida pela mucosa intestinal e conjugação e excreção hepáticas menos eficazes devido a um atraso na maturação do fígado e dos seus sistemas enzimáticos (SILVA, 2011).
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